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A história do calçado - evolução

  • Melina Massotti
  • May 10, 2015
  • 5 min read

Uma loja de calçados que se preze tem que conhecer muito bem a história do sapato... Então vamos mergulhar nessa história:

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Os sapatos são muito antigos, muito mesmo! Estudos mostram que eles já eram usados há mais de 10.000 a.C., A existência de calçados está em pinturas em cavernas da França e na Espanha.

No antigo Egito usavam-se sandálias de Papiro, palha ou fibra de palmeira, apenas os nobres usavam sandálias de couro e os Faraós usavam estas com adornos de ouro e pedras. Nas câmaras subterrâneas foram descobertas pinturas que representavam várias formas de preparar e trabalhar o couro e a construção de calçados!

Na mesopotâmia e na região leste da Itália os Etruscos usavam botas altas amarradas, mostrando uma clara evidência de uma suposta moda que denominava a posição social, já que o clima da região é muito quente para este tipo de sapato. Os gregos chegaram a usar um modelo diferente em cada pé!

Na mesma época os anglo-saxões mantinham uma tradição na qual o pai da noiva entregava um pé de sapato dela para o futuro marido como forma de transferência de responsabilidade.

Já no Império Romano o calçado volta a indicar a classe social: os cônsules usavam branco, os senadores, marrom preso com fitas pretas; e as legiões usavam botas de cano curto que descobriam os dedos. As mulheres podiam usar sapatos brancos, verdes, vermelhos ou amarelos.

Os bárbaros que dominaram a Europa depois dos Romanos usavam sapatos tipo mocassim, com amarrações que se ajustam e botas de cano alto. E a Idade Média veio com mais requinte entre os nobres. Homens e mulheres usavam uma modelagem similar a das sapatilhas, com bicos ultrafinos e compridos, de tecidos e couros de vaca e de cabra coloridos e bordados. Os homens usavam botas também, especialmente para viagens ou dias no campo.

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A padronização de numerações veio da Inglaterra, quando o Rei Eduardo (1272-1307) resolveu uniformizar as medidas de acordo com as medidas do pé!

A partir do século XV vieram as plataformas!

Dizem que Catarina de Médici pediu para o seu artesão criar o sapato tipo plataforma, bem alto; isso porque ela era bem delicada e pequena e queria parecer mais alta no seu casamento com Henrique II. Assim vieram os “chopines” italianos, com plataformas que variavam normalmente entre 15 e 45 cm de altura; mas algumas podiam chegar a 75 cm, fazendo com que as mulheres tivessem que usar bengalas pra conseguir andar. Eles foram ficando tão grandes, que foi promulgada uma lei na Inglaterra que permitia ao marido anular o casamento se a noiva falsificasse sua altura durante a cerimônia.

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Nas décadas de 1880 1890, o decoro mandava as damas usarem sapatos escuros e foi quando os sapateiros americanos inventaram o sapato torto, que diferenciava os pés direito e esquerdo. No final do século o calçado básico era a botina fechada de camurça, pelica ou seda para as mais abastadas e chinelos para o resto da população feminina.

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Os escravos brasileiros eram proibidos de usar sapatos, e quando veio a abolição muitos deles compraram um par como símbolo de uma nova condição social, muitas vezes eles não usavam nos pés por falta de hábito, mas os penduravam os carregavam nas mãos.

No início do século XX ainda haviam resquícios de preconceito, e eram consideradas indecentes as mulheres que mostrasse partes desnudas, por isso em público elas usavam botinas abotoadas até a Primeira Guerra Mundial. Os calçados em tiras entraram em cena, e os saltos Louis voltaram. E vieram as cores, mil cores...

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Na década de 1930 veio a Grande Depressão e com ela os sapatos se tornaram mais básicos, com saltos mais baixos e grossos, que eram mais confortáveis e duravam mais.

A partir de 1940 começou-se a trocar o couro pela borracha e por materiais sintéticos, especialmente nos modelos femininos e infantis. Durante a Segunda Grande Guerra havia um desprezo total pelo salto por conta do racionamento de couro. Foi quando Salvatore Ferragamo, designer italiano, encontrou uma solução ao criar um modelo de salto tipo Anabela de cortiça; um modelo copiado por muitos depois da guerra.

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E com o fim das batalhas veio uma mudança muito grande na forma de vestir e calçar. A mulher passou a ir às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo; o tênis foi reinventado nesta época. Os vestidos encurtaram e a preocupação com a beleza dos sapatos aumentou.

Assim os anos 50 foram mais femininos, com diversos tipos de saltos, em sapatos fechados e abertos mais delicados e que completavam os looks todos os dias e virando parte importante das grifes de moda mundiais.

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Com a chegada dos anos 60 e o aumento da globalização a moda de paris ou de Londres invadia o globo todo e a moda das ruas ditava o que deveria ser usado. A década do futurismo veio cheia de influência da corrida espacial, com botas de canos altíssimos, o uso de materiais mais justos e artificiais, como o vinil. Foi quando Vivier, Hebert Levine e Miller se tornaram pioneiros no uso de plástico transparente nos calçados.

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No início dos anos 70 voltaram as plataformas, principalmente em botas extravagantes com estampas psicodélicas. Posteriormente vieram as sandálias de plataformas mais rústicas e as rasteiras de tiras de couros que eram usadas de forma despojada.

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Mas o rock foi ganhando força e encheu a década seguinte de salto stiletto, cores escuras e estilo pesado. Para as mulheres os sapatos vieram como símbolo de glamour, eficiência e autoridade sem deixar de expressar feminilidade nunca antes vista. Eles eram uma forma de compensar a masculinidade dos terninhos que as novas executivas usavam para trabalhar, e se tornaram artigos de luxo. Para festa eles eram coloridos, brilhantes e cheio de glitter!!! Glam Rock!

Na última década do século XX as plataformas reapareceram pelas mãos de Vivienne Westwood e Jean-Paul Gaultier; conceitos antigos foram reciclados e os calçados dos estilistas passaram a ser estrelas da moda que, naquele momento, primava pelo minimalismo.O principal nome era Manolo Blahnik!

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Com a virada do século vem uma nova geração de designers, como Christian Louboutin e Patrick Cox, que acrescentou novas opções de materiais, como tecidos e elásticos, otimizando o processo de produção. E as referências das décadas anteriores se tornaram mais fortes e além da marca (nome) os calçados passaram a ter detalhes que identificam a marca num relance e são usadas sandálias metalizadas altíssimas e com os pés bem a mostra!

E pra finalizar, essa década de 2010 mostra o retorno das botinas fechadas, agora chamadas ‘ankle boots’, que fazem referência ao início do século XX. Vemos estampas e materiais inusitados com influências orientais e africanas além de brilhos e tachas da década de 1980.

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A moda é cíclica e tudo que aconteceu na história influencia todos os nossos sapatinhos....Gostou?

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Querem saber mais?? Já já a gente conta mais...

Bjinhus!!!


 
 
 

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