Cada país tem sua marca na moda...
- Melina Massotti
- Feb 26, 2015
- 6 min read

A moda se desenvolveu de várias maneiras ao redor do mundo; muitos países ficaram famosos neste ramo da indústria, mas cada um deles adotou para si uma característica para 'tecer' a base da 'sua' moda.
Quando se pensa em indústria da moda , um turbilhão de idéias passam pela cabeça; o conceito, a beleza, o status e a fabricação. Focalizando estes pensamentos em alguns países, nota-se que cada cultura age e se destaca de uma forma em relação à mesma palavra, MODA.
Por exemplo, a França é famosa pelo luxo de suas marcas e criações; pela ostentação de materiais e pelos altos preços dados ao consumidor. Inclusive durante as 2 Grandes Guerras, quando os cidadãos buscaram nos acessórios, principalmente nos Chapéus o foco do luxo; como é mostrado na história de sua Diva Coco Chanel. Os franceses trabalham a moda em vários segmentos, como a união, no final do ano passado, de Guy de Jean com o estilista Jean-Paul Gaultier para a criação de uma linha exclusiva de guarda-chuvas.
A moda se desenvolveu de várias maneiras ao redor do mundo; muitos países ficaram famosos neste ramo da indústria, mas cada um deles adotou para si uma característica para 'tecer' a base da 'sua' moda.
Quando se pensa em indústria da moda , um turbilhão de idéias passam pela cabeça; o conceito, a beleza, o status e a fabricação. Focalizando estes pensamentos em alguns países, nota-se que cada cultura age e se destaca de uma forma em relação à mesma palavra, MODA.
Por exemplo, a França é famosa pelo luxo de suas marcas e criações; pela ostentação de materiais e pelos altos preços dados ao consumidor. Inclusive durante as 2 Grandes Guerras, quando os cidadãos buscaram nos acessórios, principalmente nos Chapéus o foco do luxo; como é mostrado na história de sua Diva Coco Chanel.

Já na Itália, podemos ver que o design clássico, a qualidade dos tecidos e a precisão do corte são as marcas fortes da moda. No livro de Nicola White, "Reconstructing Italian Fashion", ele mostra como a etiqueta italiana tornou-se símbolo. Depois da Segunda Grande Guerra, os EUA passam a importar tecidos italianos com a intenção de levantar a economia local, durante os anos 1950 a fabricação estava a toda velocidade, impulsionada pela tradição da alfaiataria e depois de 20 anos vê-se surgir marcas como Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna, Versace, Valentino e Roberto Capucci; e Salvatore Ferragamo levando a moda da 'velha bota' a ser sinônimo de elegância e sofisticação.


Na contramão do estilo italiano e com toques de ostentação franceses, vem a Inglaterra. A moda britânica foi pontuada por movimentos industriais e artísticos durante essas tantas décadas; o mais forte deles data dos anos 1970, o Punk. Vindo da música, este movimento se caracterizava pelo uso de coturnos de origem militar, couro, moicanos, símbolos políticos e obscenidade. Sua musa era, e ainda é Vivienne Westwood! A Inglaterra encaixa sua moda no que se pode chamar de rebelde; ou seja, a que se revolta com o padrão da sociedade e procura chocá-la. Provavelmente isso se deve ao rigor imposto pelos próprio britânicos, desde a escola, até o chá, passando pelos burgueses e pela realeza.

Pensando em vários países pode-se chegar ao outro lado do Atlântico, nos EUA. Qual a característica mais marcante? A moda para a massa! Depois das Guerras mundiais os EUA surgem no cenário internacional como potência, alavancado pelo consumo de sua população. Notam-se propagandas de eletrodomésticos e roupas para as donas de casa, e a indústria que foi construida para as batalhas passa a lutar no campo do marketing, ou seja, do mercado. A força da moda norte-americana é o 'pronto-pra-vestir', e a publicidade é o que vai mover seus cidadãos a entrarem nesse jogo. E. a partir daí vem os grandes magazines e as exportações que transformaram o país no maior símbolo do consumo e do consumismo.


Dando a volta no globo terrestre, vamos ao Japão.
Quando se pensa nesse país logo vem à mente videogames, computadores e robôs. O fato é que os japoneses são conhecidos pelo grande avanço tecnológico e pela relação passado-futuro. Na moda também é assim. Na Semana de moda de 2009 foi lançada uma modelo-robô de 1,58m que era capaz de sorrir e foi a sensação do evento; em 2010 os japoneses criaram uma roupa especial para facilitar a vida dos idosos, que consistia em elementos robóticos que davam força e se movimentavam de acordo com a necessidade da pessoa que o usava.
Mas o maior exemplo da moda japonesa é Iseey Miyake, famoso pela relação que ele estabelece entre a moda e a tecnologia, entre a tradição e a modernidade; ele chegou a criar origamis que viravam roupas, como no video Issey Miyake Origami Fold 132 5 Eco-Fashion line Reality Lab, ou no exemplo abaixo.
Ainda no oriente, mas sem os olhinhos puxados, a Índia também tem moda. Mas como ela é vista pelo mundo? A moda indiana é famosa no mundo todo pela riqueza dos tecidos, os fios muito coloridos e brilhantes, e muitos bordados. Em março do ano passado houve uma feira em Sao Paulo, a Indian Textiles & Clothing Exhibition, que mostrou ao Brasil a qualidade do algodao da seda e da lã, além das cores e dos detalhes dessa indústria.
A Índia influenciou a moda brasileira, pricipalmente, durante a novela 'Caminho das Índias', que mostrou uma cultura rica e alegre; cheia de acessórios, como jóias, saris e lenços, etc.. Mas não foi só a moda brasileira que usou a Índia; este editorial da Vogue de 2009 e os desfiles de verão da Kenzo e da Armani, de 2010, provam que 'as Índias' estão com tudo!


Mas não é preciso falar somente de tendências de moda, pode-se falar de tendências empresariais. Como, por exemplo, as facilidades de instalação e manutenção de fábricas, os impostos mais baixos e o custo quase nulo de mão-de-obra. China! Em um documentário de 2006, "Em busca da vida", o cineasta, Jia Zhang-Ke, mostra cenas de alfaiates que perdem o trabalho por conta da mão-de-obra barata das fábricas, e que a maior região manufatureira da China mantém funcionários em regime de escravidão. Choque: o resultado dessa confecção vai parar em desfiles franceses!
Como mais pode-se ver a moda chinesa? É lógico que essa realidade vem mudando com a ajuda nas Nações Unidas, mas o custo dos trabalhadores ainda é bem menor do que deveria ser. Assim a moda chinesa vai ganhando força em outras frentes. As mulheres chinesas são super produzidas, adoram misturar cores e estampas, como as japonesas. A grande diferença é o preço das peças. Muuuito mais acessíveis se comparado ao Japão, ou ao Brasil.

Diferente dos países europeus e asiáticos, o Brasil tem apenas pouco mais de 500 aninhos de história escrita. Mas isso não significa que ele não tenha algo forte e marcante na vida e na moda!
Se for analisada a carta de Pero Vaz de Caminha em 1500, vê-se referências indígenas que serão dos brasileiros para sempre. "...E os mesmos eram cheios de grãos vermelhos, pequenos, que, esmagados entre os dedos, faziam tintura muito vermelha, da que eles andavam tintos; e quando se mais molhavam mais vermelhos ficavam."!

Andavam tintos? Os "pele-vermelhas", como são chamados em toda a América, andavam semi-nus e se ornavam com tinturas naturais que os faziam identificar o grupo aos quais pertenciam e, também, os diferenciavam dentro da própria tribo.
A pele foi a primeira 'tela' usada pelo homem, em todos os lugares onde ele se desenvolveu. Percebem-se pinturas tribais em toda a África, no estudo de povos pré-históricos e nos índios americanos e polinésios em geral. Mas os europeus e os asiáticos perderam essa característica com o passar dos anos; essa pintura se transformou em maquiagem, não tendo o mesmo significado...
O Brasil têm, então, a referência desses habitantes pré-descobrimento e, também, sofre influência dos negros que vieram escravizados, e trouxeram esses costumes na pele!
Durante esses 500 anos o país viveu na sombra de tudo que acontecia lá fora... tudo era copiado, feito e adaptado de acordo com o que o exterior achava bom, bonito e viável. Entretanto esse conceito está mudando e o mundo está começando a olhar para cá com outros olhos! O Brasil está sendo visto como o país do futuro, o país das oportunidades de negócio... entre elas, a MODA!
Tá, o que a pele pintada dos negros e dos índios tem a ver com a moda brasileira? Durante uma discussão na sala de pós (antes e depois da aula de Cultura de moda) chega-se a conclusão de que tem tudo a ver!

O brasileiro mora "num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza"; nesse lugar tem muito verde, muito calor... e é aí que a pele tingida se encaixa. Enquanto que algumas culturas adaptaram a pintura para a maquiagem e a tatuagem para o brasileiro continua a pele exposta!
Não faz diferença se ela é negra, mulata, indígena, branca ou azul; ela está exposta, a mostra o tempo todo! Se não são os ombros, são os pés, o colo e a barriga, ou as pernas... ou tudo isso junto!
Ande na rua e repare nas cores de pele, nas texturas, nos objetos que as ornam e como eles o fazem, nas transparências; perceba o gingado que cada uma traz consigo e como isso afeta as pessoas ao redor, quais as reações que ela causa...
Olhando para alguns estilistas brasileiros, como Walter Rodrigues e Carlos Miele, notamos como a PELE está presente na cultura e nas REFERÊNCIAS deles...estes são os que marcam lá fora!


PELE! Se muitos dizem que a identidade do brasileiro é a alegria... Ela está lá também, mas é na pele que se percebe!
E sobre moda, comportamento e entretenimento estarei aqui...
Beijos!
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